Dividendos em abril: destaques e decepções no radar dos FIIs

dividendos em abril

Se você acompanha o mercado de Fundos Imobiliários (FIIs), sabe que os dividendos são o que mantém o interesse do investidor sempre aquecido. E os dividendos em abril não decepcionaram nesse quesito, pelo menos para quem estava posicionado nos fundos certos.

Neste artigo, vamos mergulhar nos principais destaques de dividendos em abril, tanto nas altas quanto nas quedas, e entender o que esses movimentos revelam sobre o cenário atual do setor.

Afinal, dividendos não são apenas uma fonte de renda passiva: eles funcionam como termômetros da saúde e da estratégia de cada FII.

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O que são dividendos em FIIs e por que eles importam?

Antes de analisarmos os dados mais recentes, vale lembrar: os dividendos em FIIs são parte dos rendimentos obtidos com aluguéis, juros de títulos imobiliários e outras receitas operacionais.

Por lei, os fundos imobiliários precisam distribuir no mínimo 95% do seu resultado líquido semestral, o que garante aos cotistas uma regularidade de pagamento incomum em outros tipos de investimento.

Para o investidor, acompanhar a evolução dos dividendos é essencial. Subidas podem indicar boa gestão, aquisições estratégicas ou ambiente macroeconômico favorável.

Já quedas precisam ser vistas com atenção: podem sinalizar reestruturações, inadimplência de ativos ou até mesmo desalavancagem.

Os campeões de dividendos em abril: quem pagou mais

Conforme levantamento do InfoMoney e análise do Liga de FIIs, três fundos se destacaram com aumentos expressivos de proventos:

KNIP11 — Kinea Índices de Preços

Abrindo a lista dos destaques de dividendos em abril, o KNIP11 teve um desempenho acima da média. O fundo pagou R$ 1,10 por cota, um avanço de impressionantes 22,22% em relação ao mês anterior.

Esse fundo é conhecido por investir em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) atrelados à inflação, e tem se beneficiado da atual dinâmica dos juros e da indexação ao IPCA. 

O que explica o crescimento:

  • Exposição a CRIs com remuneração acima da média;
  • Benefício do repique inflacionário sobre os indexadores;
  • Distribuição de resultados acumulados do portfólio.

VCJR11 — Vectis Juros Real

O VCJR11 também é destaque em abril. O fundo distribuiu R$ 1,10 por cota, com uma alta de 15,79%. Especializado em crédito privado indexado à inflação, ele tem se destacado pela consistência da gestão e diversificação de sua carteira.

A alta nos dividendos em abril reflete o cenário favorável para fundos de CRI diante da política monetária e da redução de incertezas no setor imobiliário.

Destaques do fundo:

  • Portfólio robusto com grande parte dos CRIs bem performados;
  • Baixa inadimplência e boa pulverização;
  • Rentabilidade real crescente.

Itaú Crédito Imobiliário IPCA

Com a maior distribuição entre os destaques, o ICRI11 pagou R$ 1,15 por cota, registrando um crescimento de 15%. Esse fundo também foca em CRIs com correção pelo IPCA, reforçando a dominância dos fundos de papel entre os melhores pagadores de dividendos em abril.

O aumento nos proventos evidencia uma gestão focada em ativos high grade e retorno real. Além disso, o fundo pode ter sido beneficiado por revisões positivas de indexadores e melhora na qualidade da carteira.

Os lanterninhas: quem reduziu dividendos em abril

Nem tudo foi festa para os cotistas. Alguns fundos apresentaram quedas nos dividendos em abril, o que gerou apreensão no mercado.

VGRI11 — Valora CRI CDI

A maior baixa do mês foi do VGRI11, com queda de 20% nos dividendos em abril. O fundo reduziu a distribuição para R$ 0,12 por cota, o que acendeu o alerta em parte dos investidores.

Com carteira majoritariamente indexada ao CDI, o fundo começa a sentir os efeitos da trajetória de queda da taxa Selic. 

Como a remuneração dos CRIs está diretamente ligada aos juros, esse tipo de fundo tende a sofrer mais rapidamente com a redução da taxa básica.

Motivos para a queda:

  • Exposição quase total ao CDI;
  • Ambiente de afrouxamento monetário;
  • Necessidade de readequar expectativas de rendimento. em 

HTMX11 — Hotel Maxinvest

Fundo híbrido do setor hoteleiro, o HTMX11 reduziu seus proventos para R$ 0,798, representando um recuo de 18,7%.

Esse FII é bastante sensível à sazonalidade e à ocupação de hotéis — especialmente em períodos de menor atividade turística ou corporativa. 

Além disso, o setor de hospitalidade ainda enfrenta desafios na recuperação pós-pandemia, o que impacta diretamente os resultados operacionais.

Causas da retração:

  • Menor ocupação hoteleira no início do ano;
  • Aumento de despesas operacionais;
  • Pressão nos custos de manutenção.

LVBI11 — VBI Logístico

Com uma queda mais branda, mas ainda significativa, o LVBI11 viu seus dividendos em abril recuarem para R$ 0,75, o que representa uma redução de 9,64%.

O fundo, focado em galpões logísticos, tem enfrentado uma leve desaceleração na taxa de ocupação, além de alguns vencimentos contratuais que exigiram renegociações — e isso afetou diretamente a geração de caixa.

Fatores que influenciaram:

  • Vacância pontual em alguns ativos;
  • Pressão sobre os contratos de locação;
  • Reajustes abaixo do esperado.

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O que esses movimentos indicam para o investidor?

O mês de abril mostrou que a divergência entre fundos de papel e fundos de tijolo segue presente.

Enquanto os fundos de CRIs indexados ao IPCA (como KNIP11, VCJR11 e ICRI11) seguem fortes, com aumentos consistentes nos rendimentos, os fundos mais sensíveis à economia real, como os de logística e hotelaria, ainda precisam lidar com oscilações de mercado e ajustes em suas estratégias.

A queda da Selic muda o jogo

Com o ciclo de baixa da Selic em curso, é provável que os fundos atrelados ao CDI — como o VGRI11 — passem por revisões nos dividendos ao longo dos próximos meses. 

Por outro lado, fundos com ativos indexados à inflação podem continuar se beneficiando, ao menos enquanto os índices de preços permanecerem em patamares relevantes.

Oportunidades e riscos

Para o investidor atento, essas movimentações podem representar tanto alertas quanto oportunidades de entrada. 

Fundos que tiveram quedas temporárias podem estar subavaliados, enquanto os que apresentaram aumento nos dividendos podem atrair mais investidores e valorizar suas cotas.

Mas atenção: dividendos passados não garantem rendimentos futuros. Mais importante do que o valor pago no mês é a qualidade e previsibilidade da carteira do fundo.

Como se posicionar em meio a essas variações?

Se você está buscando estabilidade, os fundos de CRIs com foco em inflação continuam sendo uma alternativa sólida. Porém, é fundamental avaliar:

  • Gestão ativa do fundo;
  • Diversificação dos emissores e garantias dos CRIs;
  • Transparência na comunicação com o cotista.

Já para quem busca valorização de cota e está disposto a assumir um pouco mais de risco, alguns fundos de tijolo — especialmente logísticos e de lajes corporativas — podem oferecer potencial de recuperação.

Conclusão

Os dividendos em abril deixaram claro o impacto das condições macroeconômicas sobre os FIIs. A queda da Selic começou a reordenar os papéis no jogo, beneficiando os fundos atrelados à inflação e pressionando os de CDI. 

Enquanto isso, os fundos de tijolo seguem oscilando com base no desempenho operacional dos seus imóveis.

Para o investidor, mais do que olhar apenas o quanto o fundo paga, é hora de entender por que ele paga o que paga — e se esse patamar é sustentável nos próximos meses.

Gostou da análise? Continue acompanhando nosso conteúdo para se manter informado sobre as melhores oportunidades no universo dos FIIs e outros investimentos imobiliários.

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