Os 5 maiores erros do investidor de fundos imobiliários

Investir em fundos imobiliários (FIIs) tem se tornado uma alternativa cada vez mais popular entre aqueles que buscam renda passiva, diversificação de portfólio e acesso ao mercado imobiliário sem necessidade de aquisição de imóveis financeiros.
No entanto, apesar das vantagens, muitos investidores de fundos imobiliários cometem erros que podem comprometer a sua rentabilidade e até gerar prejuízos.
Neste artigo, vamos explorar os cinco maiores erros do investidor de fundos imobiliários e mostrar estratégias de como evitá-los.
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Falta de diversificação da carteira
A diversificação é fundamental em qualquer estratégia de investimentos, e nos FIIs isso não é diferente. Muitos investidores de fundos imobiliários iniciantes cometem o erro de alocar todo o seu capital em um único fundo ou em poucos fundos do mesmo segmento, aumentando a exposição ao risco.
Esse tipo de estratégia pode trazer impactos negativos, como a dependência de um setor específico. Por exemplo, se um investidor de fundos imobiliários concentrar seus recursos em FIIs de shopping, uma crise econômica ou mudanças no comportamento de consumo podem reduzir a ocupação e o rendimento desses fundos.
Além disso, confiar em um único gestor pode ser arriscado, porque uma administração ineficiente pode comprometer a rentabilidade do fundo. Outro fator é a variação na distribuição de dividendos, já que problemas como alta vacância ou dificuldades em renegociações contratuais podem levar à diminuição dos proventos pagos aos cotistas.
Para evitar esse erro, é essencial diversificar os investimentos em diferentes categorias de FIIs. Os fundos de tijolo, que incluem shoppings, lajes corporativas, galpões logísticos, hospitais e hotéis, oferecem exposição direta a investimentos financeiros.
Já os FIIs de papel, compostos por CRI, CRA e LCIs, investem em imóveis recebíveis, proporcionando uma alternativa menos dependente da movimentação de imóveis. Além disso, os FIIs híbridos unem diferentes ativos, equilibrando características de ambos os modelos.
Ao diversificar sua carteira e considerar o equilíbrio entre setores como varejo, logística e escritórios, o investidor de fundos imobiliários reduz a dependência de um único mercado e minimiza os riscos, garantindo maior segurança e previsibilidade na sua estratégia de investimentos.
Ignorar a qualidade da gestão do fundo
Ignorar a qualidade da gestão do fundo é um erro que muitos investidores cometem, e isso pode comprometer a rentabilidade do investimento.
O sucesso de um FII não depende apenas dos imóveis que ele possui, mas também da capacidade do gestor de administrar esses ativos, negociar bons contratos e garantir um fluxo estável de rendimentos.
Afinal, de que adianta um fundo com excelentes propriedades se a administração não consegue ocupá-las, negociar reajustes vantajosos ou manter uma comunicação transparente com os cotistas?
Uma gestão ineficiente pode gerar diversos problemas. Decisões ruins na aquisição de imóveis podem comprometer o portfólio do fundo e trazer ativos pouco rentáveis ou difíceis de serem localizados.
Além disso, a falta de transparência pode deixar o investidor de fundos imobiliários no escuro sobre a situação real do FII, tornando mais difícil tomar decisões informadas.
Outro risco é a dificuldade na renegociação de contratos de locação, o que pode levar a uma vacância prolongada e, consequentemente, à queda nos dividendos.
E não podemos esquecer dos custos operacionais elevados: se o gestor não receber despesas, os rendimentos distribuídos aos cotistas podem ser prejudicados.
Então, como avaliar se um fundo tem uma boa gestão? Primeiro, pesquise sobre o histórico da equipe gestora e veja como ela saiu em outros FIIs. Fundos bem administrados apresentam um histórico sólido e bons resultados ao longo do tempo.
É valido ler os relatórios gerenciais, porque eles trazem informações sobre as estratégias adotadas, os desafios enfrentados e a transparência da administração. Outra dica é comparar o rendimento do fundo com outros do mesmo segmento, verificando se ele está apresentando desempenho de forma competitiva.
Por último, observe o tempo médio dos contratos de contratação e a taxa de vacância: contratos longos e uma baixa taxa de desocupação indicam estabilidade e uma boa gestão.
No fim das contas, escolher fundos bem administrados faz toda a diferença para um investimento seguro e rentável.
Leia também: Como declarar Fundos Imobiliários no Imposto de Renda?
Investir somente pelo rendimento de dividendos
Muitos investidores de fundos imobiliários olham apenas para o rendimento de dividendos (DY) na hora de escolher um fundo, mas essa estratégia pode ser um grande erro.
Afinal, é natural buscar investimentos que ofereçam bons retornos mensais, mas será que isso, por si só, garante um bom negócio?
É claro que receber comprovantes mensalmente é um dos principais atrativos dos FIIs, mas focar apenas nesse indicador sem analisar outros fatores pode levar a escolhas ruins e, em alguns casos, até a prejuízos.
Isso porque nem sempre um DY significa um bom investimento, e entender o que está por trás desse número é essencial para tomar decisões mais acertadas.
Um dos principais riscos dessa abordagem é que o DY pode estar inflacionado. Alguns fundos, por diversos motivos, distribuem mais dividendos do que realmente conseguirão suportar a longo prazo. Isso pode indicar um problema na gestão, dificuldades futuras ou até um corte possível nos rendimentos.
Além disso, é preciso considerar que, em muitos casos, um DY elevado pode ser consequência da desvalorização da cota no mercado.
Ou seja, o fundo não está necessariamente indo bem, mas sim passando por uma queda no preço, o que faz com que o percentual de dividendos pareça maior.
Outro ponto de atenção são os FIIs que apresentam uma distribuição irregular de rendimentos. Eles podem ter picos de pagamento em determinados períodos, mas não conseguem manter essa regularidade ao longo do tempo, o que pode frustrar o investidor de fundos imobiliários que busca um fluxo de caixa constante.
Diante disso, surge a pergunta: como analisar um fundo de forma mais completo? Antes de investir, é importante olhar além do DY e verificar outros indicadores.
O preço sobre valor patrimonial (P/VP) é um deles, porque mostra se o fundo está sendo negociado com desconto ou se está sobrevalorizado no mercado.
Outro aspecto essencial é analisar a vacância dos imóveis e a qualidade dos inquilinos, já que isso afeta diretamente a estabilidade dos rendimentos. Um fundo com muitos imóveis vazios ou com contratos pouco vantajosos pode ter dificuldades para manter a distribuição de dividendos.
Por fim, fique de olho nas taxas de administração e nos custos operacionais, pois uma gestão eficiente faz toda a diferença para garantir bons retornos sem comprometer os resultados.
Não acompanhar o mercado e as tendências
Alguns compram cotas de FIIs e simplesmente se esquecem de monitorar seus investimentos. Isso pode parecer uma estratégia confortável no curto prazo, mas a verdade é que o mercado imobiliário e a economia são dinâmicos, e diversos fatores podem impactar o desempenho dos fundos.
Ignorar essas movimentações pode resultar em surpresas comerciais, como quedas inesperadas na rentabilidade ou até mesmo desvalorização das cotas.
Um dos principais fatores que afetam os FIIs é a taxa Selic. Quando os juros sobem, a renda fixa se torna mais atrativa, e muitos investidores migram para alternativas mais seguras, reduzem a demanda pelos fundos imobiliários e desvalorização suas cotas.
Além disso, a inflação também tem um papel importante, já que os contratos de aluguel são reajustados por índices como IPCA e IGP-M. Se a inflação disparar, os custos para inquilinos aumentam e podem haver dificuldades na renegociação de contratos, afetando a receita dos FIIs de tijolo.
Outro ponto que o investidor de fundos imobiliários esquece de acompanhar são as mudanças regulatórias. Alterações na legislação podem impactar a tributação ou as regras para os fundos imobiliários, tornando alguns investimentos menos vantajosos.
Sem contar o comportamento do mercado imobiliário, que está sempre mudando. A demanda por espaços comerciais, por exemplo, pode variar de acordo com o cenário econômico, afetando a ocupação de lajes corporativas e de compras, ou que impacta o rendimento dos FIIs nesses setores.
Então, como se manter atualizado e evitar esses riscos? Acompanhar relatórios de mercado de corretoras e gestoras de FIIs é um ótimo ponto de partida, pois eles trazem análises atualizadas sobre o setor e perspectivas futuras.
Também é fundamental ficar de olho nas notícias sobre política monetária e decisões do Banco Central, já que mudanças na taxa Selic podem alterar a atratividade dos FIIs.
Participar de fóruns e grupos de investidores pode ser uma excelente forma de trocar informações e aprender com a experiência de outros investidores.
E, claro, revisar sua carteira periodicamente é essencial para garantir que seus investimentos continuem alinhados com seus objetivos e com as mudanças do mercado.
Afinal, investir em FIIs não é apenas sobre comprar e esperar os dividendos caírem na conta – é preciso estar atento às tendências para garantir boas decisões no longo prazo.
Comprar na alta e vender na baixa
Por fim, um erro clássico dos investidores é comprar na alta e vender na baixa. Esse comportamento é impulsionado pelo otimismo excessivo em momentos de valorização e pelo medo em tempos de crise.
Muitos investidores compram FIIs quando os preços estão em alta, atraídos pelos bons resultados recentes, e vendem em momentos de queda, quando o pânico toma conta do mercado. Isso acontece principalmente por falta de planejamento e estratégia de longo prazo, além da influência emocional sobre as decisões de investimento.
Para evitar esse erro, é fundamental ter uma estratégia bem definida, focada no longo prazo, e não tomar decisões baseadas apenas em emoções.
Aproveitar momentos de queda para comprar boas oportunidades com desconto e fazer esportes regulares ajuda a reduzir o impacto das oscilações do mercado e melhorar a consistência dos investimentos.
Conclusão
Os fundos imobiliários são uma excelente alternativa para quem busca diversificação e renda passiva, mas investir sem conhecimento pode levar a decisões erradas.
Evitar os cinco erros citados pode fazer toda a diferença para o sucesso do investidor de fundos imobiliários. Se você deseja construir um portfólio sólido e rentável no longo prazo, invista com estratégia e mantenha-se informado.
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Autor: Mateus Vitoria Oliveira – CEO Private Log